UJR-AmLat e Gaavah criam novo Beit Midrash para jovens adultos na comunidade judaica do Recife

Em novembro de 2022, no Recife (Brasil), foi fundado o Beit Midrash Zehut, um grupo de estudos judaicos feitos por e para jovens adultos pertencentes à comunidade judaica local. Periodicamente, o grupo de jovens se encontra para ter um momento de tefilá com música, discussões, aulas de conteúdo judaico e estudo da parashá da semana utilizando o chumash Plaut, a edição da Torá com comentários modernos publicada pela UJR-AmLat.

A ideia do grupo é que todo(a/e) jovem seja encorajado(a/e) a construir sua própria visão de judaísmo a partir do estudo das fontes judaicas, com muitos insights e discussões sobre temas relevantes na atualidade. “O Zehut é um ambiente judaico plural. Acreditamos que cada pessoa em sua singularidade pode enriquecer a coletividade do beit midrash, independente de nível de conhecimento ou envolvimento com o judaísmo. Aqui, construímos um judaísmo significativo para todes!” diz André Liberman, coordenador de projetos educacionais na UJR-AmLat e membro da comunidade judaica do Recife.

O Beit Midrash Zehut é uma iniciativa construída pelo Zehut (grupo de jovens adultos da comunidade judaica recifense vinculado ao Tamar, a frente de juventude pós-tnuá do movimento reformista) e o Gaavah (coletivo judaico-LGBTQIA+ brasileiro vinculado ao Instituto Brasil-Israel).

Ellen Kosminsky, 22 anos, participante do grupo de estudos, escreveu: “O Beit Midrash Zehut foi o primeiro espaço dentro do judaísmo que eu conheci que me fez sentir 100% pertencente. Até então, não conhecia algo que me conectasse tanto com a minha religião e as minhas origens e, ao mesmo tempo, abraçasse também valores de inclusão, respeito e tolerância que são fundamentais na minha conexão com Deus. Em tão pouco tempo, aprendi que interpretar a Torá é uma habilidade que não deve ser restrita apenas aos estudiosos que dedicam suas vidas a essa missão tão honrosa. Mas sim, que essa interpretação pode (e deve) ser feita também através do que existe de mais valioso dentro de cada um de nós: nossa essência divina. Estou aprendendo que religião pode (e deve!) ser questionada, pensada e refletida, independente de gênero ou grau de conhecimento sobre as fontes judaicas. Isso é ser humano. Isso é ser pensante. Isso é ser judia!”

A UJR-AmLat tem orgulho de contribuir no desenvolvimento de espaços judaicos plurais e que trabalhem a criatividade na criação de vivências judaicas progressistas e significativas para todos.