Em uma noite marcada pela emoção e pela memória, no dia 25 de outubro de 2025, a Catedral da Sé, em São Paulo, voltou a ser o cenário de um dos gestos mais significativos da história recente do Brasil. Cinquenta anos após o assassinato de Vladimir Herzog, líderes religiosos e representantes de diversas tradições se reuniram para reafirmar o compromisso com os direitos humanos, a democracia e a verdade.
Em sua fala, o rabino Uri Lam destacou a importância de manter viva a lembrança de Herzog, Dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel, o pastor Jaime Wright e todas as vítimas da ditadura militar no Brasil.
| “Lembrar é resistir. Resistir é viver”, afirmou o rabino.
A cerimônia lembrou o ato ecumênico realizado em 1975, quando mais de 8 mil pessoas desafiaram a repressão e se reuniram na mesma catedral para honrar a memória de Herzog e denunciar a violência do regime.
“Há vozes que o tempo não apaga”, lembrou Uri Lam, ressaltando que a democracia é uma construção diária e que a arte e a memória são formas poderosas de resistência.
O rabino também recordou a força de Clarice Herzog, que transformou sua dor em luta, e a coragem dos líderes religiosos que se recusaram a silenciar diante da injustiça.
| “Quando um Estado mente para ocultar um crime, morrem as vítimas e morre a esperança no futuro”, disse.
O encontro encerrou-se com a oração Shehecheianu, em agradecimento pela vida e pela possibilidade de continuar resistindo e lutando por um país mais justo, amoroso e democrático.
| “Que as lembranças de todas as vítimas sejam uma bênção para todos nós.”



