Pensar em Purim nos traz um sorriso no rosto. Após muito refletir sobre como podíamos marcar essa data, que é tão vivencial, decidimos resgatar um costume, que ano a ano, percebemos mais adormecido: a troca de Mishloach Manot.
A padronização do que deve compor um Mishloach Manot, derivada do medo de dar mais do que vou receber em troca, vinha atropelando uma tradição com muito potencial e tão necessária aos dias de hoje; A troca, na sua forma mais simples e pura, vinha perdendo o lugar para a troca material.
Acreditamos que não é possível fazer comunidade sem criar laços, e o Mishloach Manot vem, acima de tudo, como o símbolo de troca, da construção de uma relação entre as comunidades da UJR-AmLat.
Sabemos que a relação precisa de tempo, e que é uma ferramenta essencial para fortalecer a região, ao nos relacionar descobrimos nosso próprio judaísmo, vivenciamos sensações e emoções, aprendemos a lidar coletivamente com os desafios e com esse olhar e gingado Latino nasce esse projeto de Intercâmbio de Mishloach Manot, baseado em vínculos afetivos, memórias compartilhadas, através do resgate de tradições judaicas.
Iniciamos o projeto com muitos questionamentos e incertezas, mas afinal descobrimos e nos divertimos nos conectando com a essência de Purim, fomos apresentados à um novo universo de possibilidade e abrimos caminhos ricos e variados para seguir nos relacionando de diversas formas, além do lúdico, criamos infinitas novas possibilidades para a UJR-AmLat.
Tudo isso foi possível, pois as comunidades se comprometeram e se envolveram de forma incrível e nos trazendo um feedback encorajador, esperamos manter essa troca.
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Rebeka Anbinder é colaboradora da UJR, onde coordena o curso de Bat e Bar Mitsvá para Adultos, e trabalha no departamento de Ieladim da Congregação Israelita Paulista.