No auditório da Judaica Belgrano, foi realizado o “Ato em Defesa da Democracia”, organizado por um grupo diversificado de organizações da comunidade judaica argentina no final de agosto. O objetivo do evento foi expressar rejeição sobre a proposta de reforma judicial apresentada pelo atual governo israelense, que gerou uma onda de protestos em massa que já dura 34 semanas. Várias organizações da sociedade civil israelense e partidos de oposição estão contestando o pacote de leis anunciado pelo governo em janeiro, alegando que, se aprovado, ele prejudicaria a qualidade democrática de Israel ao diminuir a competência do judiciário e aumentar significativamente a capacidade do poder executivo de tomar decisões sem ser contestado por outros poderes do governo. Além dos protestos em Israel (com o palco principal na cidade de Tel Aviv), já ocorreram manifestações e marchas em dezenas de cidades fora de Israel sob o slogan “Em Defesa da Democracia Israelense”, lideradas por comunidades judaicas locais e cidadãos israelenses que vivem no exterior.
Diversas entidades, de movimentos juvenis à lideranças rabínicas, organizaram e estiveram presentes no ato. Além da UJR-AmLat, outras instituições ligadas ao movimento reformista estiveram representadas, como a World Union for Progressive Judaism (WUPJ), Arzenu Argentina e Fundación Judaica. No discurso acordado pelas organizações, foi declarado: “A separação de poderes é essencial para a sobrevivência de uma democracia plena, conforme concebida por Herzl e pelos fundadores do movimento sionista, e a reforma ataca diretamente essa separação para garantir o poder irrestrito do governo da época. O sonho sionista e a experiência de 75 anos de uma democracia judaica estão, portanto, em perigo… É por isso que nos reunimos hoje para dizer, a partir de diferentes perspectivas e experiências, mas com uma voz unificada: não ficaremos em silêncio enquanto a democracia israelense for enfraquecida e destruída”.