Imaginem um encontro de jovens reformistas participantes de vários programas em Israel. Esse momento mágico aconteceu no Shabaton educacional no Ruth Daniel Residence em Yafo e o tema para lá de alvissareiro: espiritualidade, Tikun Olam e ativismo, e cultura e comunidade judaica. Cerca de 40 participantes, entre educadores, ativistas e pensadores judeus reformistas de comunidades da Austrália, Belarus, Brasil, Grã-Bretanha, Israel, América do Norte, Rússia e Singapura se reuniram durante o Kabalat Shabat para refletir sobre o propósito do ativismo judaico juvenil, levando em conta o resultado das eleições de Israel e a celebração do Pessach.

Nossa Newsletter ouviu os participantes brasileiros e a suas impressões:

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1. O que significa liberdade e escolha para você? 

A Liberdade no seu sentido mais literal (de poder fazer escolhas, decidir suas crenças, sua identidade, seus valores, suas ações, expressar suas opiniões ), para mim, está atrelada à liberdade da mente. Sendo assim, se conhecer, estar bem com você mesmo, se sentir seguro, conseguir se perceber, é um pré-requisito para se sentir livre. Porém vejo que a sociedade tem grande influência sobre como cada um é livre; por ser uma mulher judia e viver atualmente em um país muito desigual, racista e intolerante, posso afirmar que a liberdade ainda é um privilégio. Ter medo de andar na rua a noite sozinha, um casal homossexual não poder demonstrar afeto na rua, assim como meus avós e bisavós que tiveram seus direitos retirados durante o holocausto, todos perderam alguma forma de liberdade. (Julia Goichman – Colônia, CIP, São Paulo)

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2. O que você pretende colocar em prática na sua vida e na sua comunidade? 

Temos o desejo de continuar fazendo com que o Judaísmo continue com grande força na comunidade. Nós, como um movimento juvenil judaico, temos a escolha, o desejo desse pertencimento e identidade em relação ao crescimento da comunidade, com pilar para o judaísmo e sempre reforçando-o ao máximo para que seja algo dito de geração por geração. Somos o povo do livro, o povo que sempre está a caminho de novas buscas, questionamentos, de valores. (André Selim, Ayelet Cohen, Daniel Weishof, David Naslavsky, David Scherb, Enzo Lipatin, Helena Jablonsky, Ilan Brik, Leonardo Kriger, Liat Steinberg, Rafael Santos – Habonim Dror, Brasil)

3. O que é determinante para o desenvolvimento de um judaísmo ético e igualitário em Israel e na diáspora? 

A perpetuação do judaísmo reformista ético e igualitário só acontecerá quando tivermos pessoas que não achem que criticar e questionar nosso judaísmo seria perder nossa essência. Adaptar o judaísmo segundo nosso contexto não seria nos distanciar de nossas raízes e identidade, mas uma forma de não nos deixarmos ser movidos pela inércia e questionar o nosso judaísmo. Caso contrário, o que fazemos e acreditamos não fará mais sentido para nós. É só com um movimento ativo que nosso judaísmo se perpetuará. (Alex Wajman – Colonia, CIP, São Paulo)